Agnès Jaoui

 

Agnès Jaoui

Agnès Jaoui

Nascimento19 de Outubro de 1964
Antony
CidadaniaFrança
Alma materCours Florent
Ocupaçãoactriz, roteirista, directora de cinema, cantora, escritora, actriz de teatro, actriz de cinema, autora
PrémiosPrémio de Roteiro, César de melhor actriz secundária, César de melhor argumento original ou adaptação, César de melhor filme, Prémio do Cinema Europeu de melhor argumentista, Prémio do Cinema Europeu de melhor argumentista

Agnès Jaoui

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1983 Le Faucon Michel Boujenah Sandra
1987 Hôtel de France Patrice Chéreau Madame Bouguereau
1987 L’amoureuse (frJacques Doillon Agathe
1990 Ivanov Arnaud Sélignac (fr) Babakina
1991 Canti (frManuel Pradal (fr)
1993 Cuisine et Dépendances (frPhilippe Muyl (fr) Charlotte
1996 Family Resemblances Un air de famille Cédric Klapisch Betty Ménard
1997 Le Déménagement (frOlivier Doran (fr) Claire
1997 Same Old Song On connaît la chanson Alain Resnais Camille
1998 Le cousin Alain Corneau Claudine Delvaux
1999 On The Run Bruno de Almeida Kristin
2000 Une femme d’extérieur (frChristophe Blanc (fr) Françoise
2000 The Taste of Others Le Goût des autres Agnès Jaoui Mani
2003 24 Hours in the Life of a Woman 24 heures dans la vie d’une femme Laurent Bouhnik (fr) Marie Collins Brown
2004 The Role of Her Life Le rôle de sa vie François Favrat (fr) Elisabeth Baker
2004 La Maison de Nina (frRichard Dembo Nina
2004 Look at Me Comme une image Agnès Jaoui Sylvia Millet
2008 Let’s Talk About the Rain Parlez-moi de la pluie Agnès Jaoui Agathe Villanova
2012 Du vent dans mes mollets (frCarine Tardieu (fr) Colette Gladstein
2013 Under the Rainbow Au bout du conte Agnès Jaoui Marianne
2014 L’Art de la fugue Brice Cauvin Ariel

Os contos de fadas e os cantos latinos de Agnès Jaoui

Agnès Jaoui está em Lisboa para dar um concerto e apresentar o seu quarto filme NUNO FERREIRA SANTOS

A actriz e realizadora de O Gosto dos Outros, cantora apaixonada pela música latina, actua hoje em Lisboa, no dia em que o seu filme E Viveram Felizes para sempre? chega às salas sob o signo de Resnais e Sondheim

“O meu produtor gostaria que eu cantasse mais em francês, para poder vender mais, mas não me apetece.” Agnès Jaoui ri-se às gargalhadas, mas está a falar de coisas muito sérias. A “madrinha” da edição 2013 da Festa do Cinema Francês pode ser mais conhecida como actriz, argumentista e realizadora – devem-se-lhe alguns dos maiores êxitos recentes do cinema francês em Portugal, como O Gosto dos Outros – mas é também cantora de sucesso, com dois álbuns que revelam a sua paixão pela música latina. Ambas as vertentes da sua carreira estão em destaque entre nós: Agnès Jaoui actua hoje à noite (23h) no Lux com o seu Quintet Oficial, apresentando material dos seus discos Canta e Dans mon pays; e o seu mais recente filme, E Viveram Felizes para sempre?, chega também hoje às salas portuguesas, depois de ter sido apresentado na Festa do Cinema Francês.

Jaoui já esteve em Portugal várias vezes a acompanhar as suas três anteriores realizações – O Gosto dos Outros (2000), Olhem para Mim (2004) e Deixa Chover (2008) – ou para actuar ao vivo, mas sempre em viagens-relâmpago. O convite da Festa caiu “que nem ginjas” para poder descobrir um pouco mais do país – a actriz e cantora fala, aliás, a nossa língua (mesmo que com leve sotaque brasileiro). “Vou finalmente ter tempo para ir ouvir fado”, diz numa manhã cinzenta de sábado num hotel de Lisboa, confirmando a sua paixão pelo género ao qual já se atirou nos seus discos (em duetos com Mísia ou Camané).

A sua carreira musical arrancou em força – “o primeiro disco vendeu mesmo muito bem, o segundo um pouco menos”, diz – mas a economia da música mudou. “Já não há dinheiro para os discos”, como confessa, “mas não estou com vontade de ir cantar em japonês só para agradar às pessoas. Não tenho nada contra cantar em francês, mas continuo a gostar imenso de cantar fado, bossa nova, e um destes dias vou querer cantar em hebreu ou em árabe, que fazem parte também da minha aprendizagem. E no fim de contas as músicas interpenetram-se todas”.

Não é só na música que os problemas financeiros surgem – E Viveram Felizes para sempre?, quarto filme que Jaoui realiza e que, como sempre, co-escreveu e co-interpreta com o seu parceiro de 20 anos (e ex-companheiro de vida) Jean-Pierre Bacri, foi também feito com menos dinheiro que os anteriores. À volta do romance entre uma filha de família e um jovem compositor (Agathe Bonitzer e Arthur Dupont), Jaoui e Bacri constroem em tom de comédia um mosaico de personagens que subverte as convenções das histórias de encantar. Aqui, a Cinderela é um rapaz que perde o sapato e sai à meia-noite porque tem de ir buscar a mãe ao emprego, o rei um industrial pedante perseguido por acusações de derrames químicos e o lobo mau um empresário musical pinga-amor (interpretado pelo cantor Benjamin Biolay) que seduz todas as mulheres com quem se cruza…

“A certa altura tivemos de parar de incluir referências aos contos de fadas porque estávamos com personagens a mais. Tivemos de tirar os sete anões, por exemplo”, diz Agnès entre risos, admitindo que este é o seu filme mais ligeiro. “O nosso filme anterior, Deixa Chover, era mais sério, falava de política, e tivemos de facto vontade de ir na direcção oposta… Mesmo esteticamente, este é o filme que se parece mais comigo, e o facto de querer brincar com os códigos do conto de fadas e da grande paixão fizeram sentir-me muito mais livre. Não sei se por termos menos dinheiro, tudo pareceu ser muito fluido, houve um verdadeiro trabalho de equipa.”

Embora E Viveram Felizes para sempre? decorra numa Paris reconhecível, o filme tem uma dimensão fantasista que Jaoui confessa influenciada pelo lendário Jacques Demy, autor dos Chapéus de Chuva de Cherburgo. “A Princesa com Pele de Burro é um dos meus filmes preferidos, marcou-me muito quando eu era menina. Mas fui também ver filmes com universos um pouco desfasados da realidade – Os Sapatos Vermelhos de Michael Powell e Emeric Pressburger, o cinema de Tim Burton…”

O novo filme remete também para os jogos lúdicos do veterano Alain Resnais – que Jaoui conhece muito bem por lhe ter escrito (sempre com Bacri) os argumentos de É Sempre a Mesma Cantiga e Fumar/ Não Fumar (“mas falamos muito pouco porque ele é uma pessoa muito reservada”). “Tudo o que tem que ver com o jogo, a brincadeira, a passagem entre o sonho e a realidade, tem muito que ver com ele, embora não tenha sido deliberado. Quanto mais não seja porque foi graças ao Resnais que conheci a obra de Stephen Sondheim.” Sondheim, aclamadissimo compositor americano da Broadway, autor de Sweeney Todd (levado ao cinema por Tim Burton), é igualmente criador de Into the Woods, um musical – lá está… – à volta dos contos de fadas que foi também uma das influências de Jaoui para este filme.

O cinema, os contos de fadas, a música – não admira que E Viveram Felizes para sempre? reflicta muito mais a “mudança de vida” de Agnès Jaoui, que nos últimos quatro anos se dedicou mais a representar, cantar e acompanhar os seus dois filhos. “A minha vida, o meu modo de representar, de escrever, mudaram evidentemente por ter cantado, explorado outros universos, adoptado os meus filhos. Não vou agora estar a fazer psicanálise!”, ri-se. “Mas a verdade é que este filme foi um processo mais leve, mais alegre, mais lúdico. E eu e o Jean-Pierre tivemos vontade de nos divertir…”

Agnès Jaoui

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Imagens e textos (tradução automática), colhidos da internet

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