1968 40ª edição 10 de Abril “No Calor da Noite”

 

1968 40ª edição 10 de Abril “No Calor da Noite”

In the Heat of the Night

In the Heat of the Night

Sidney Poitier

In the Heat of the Night

Rod Steiger

In the Heat of the Night

In the Heat of the Night

Carroll O’Connor (1924–2001) No other show compared to All In The Family. Archie Bunker taught us lessons on how not to be! Quite an actor he was!

Hugh O’Connor In the Heat of the Night

In the Heat of the Night

Rod Steiger 1925-2002 In The Heat of the Night 1967

Lee Grant

Warren Oates

No meio do calor húmido da cidadezinha fictícia de Sparta, no Mississipi (filmada na cidadezinha real de Sparta, em Illinois), o negro “vestido de branco” Virgil Tibbs é preso sob suspeita de assassinato unicamente por ser a única pessoa “de cor” em local em tese suspeita numa região onde o racismo escorre de cada poro e ecoa em cada palavra. Seguindo silencioso para a esquadra, onde o chefe de polícia, feliz com a resolução quase instantânea do crime – já que é óbvio que foi o negro que matou a vítima branca – Tibbs então revela que é um policial da Filadélfia de passagem por ali pela razão de uma visita à sua mãe.

Não existem dúvidas em No Calor da Noite. Não existem nuances sobre o racismo ou hesitação em tratar o racismo. Em plenos anos 60, no ponto alto do caldeirão racial que foi – e é – o movimento de direitos civis nos EUA, um filme como este não só ter sido lançado, como ter obtido sucesso avassalador (que gerou não uma, mas duas continuações em 1970 e 1971, além de uma longa série na TV) e, mais ainda, ter sido indicado a sete estatuetas do Oscar e tendo levado cinco, inclusive a de Melhor Filme, é uma vitória impressionante que merece ser reconhecida para além das qualidades intrínsecas.

Tibbs, vivido de maneira elegante por Sidney Poitier quatro anos depois do trabalho em Uma Voz nas Sombras que lhe valeu o Oscar de Melhor Actor e no mesmo ano do tematicamente semelhante Adivinhe Quem Vem para Jantar (que também concorreu ao Oscar de Melhor Filme), não é um homem de movimentos e atitudes bruscas que evidenciam a sua raiva interior. Muito ao contrário, Tibbs é a calma em pessoa, mas uma calma falsa que Poitier revela ser assim por seus olhares, por suas reacções faciais às situações mais terríveis que ele é exposto e não exactamente esfriam quando é revelado não só como policia, mas também como o maior especialista em homicídios da cidade, o que o leva, muito a contragosto, a permanecer em Sparta para ajudar a incompetente força policial local a resolver o misterioso crime.

Muito ao contrário, a cunha racial é cravada ainda mais profundamente quando os conhecimentos de Tibbs são empregados em deduções até óbvias que os rústicos  brancos deveriam saber fazer o trabalho não só não captam, como respondem com raiva e desdém. Sim, é bem verdade que, em Sparta, pouco ou nada de tão grave acontece, mas a incompetência policial ultrapassa qualquer nível de razoabilidade e todas as atitudes de Tibbs, por mais simples que pareçam, literalmente lançam luz na mais completa boçalidade local.

Mas o “whodunit” procedimental, ou o mistério sobre a morte do industrial  Phillip Colbert que há pouco tempo passara a investir fortemente na cidade, não é o foco da narrativa. Na verdade, esse aspecto do roteiro é simplório, com a investigação de Tibbs repleta de achismos e de conveniências que não funcionariam bem se o filme fosse só isso. O que realmente interessa é como o caminho investigativo liderado por um afro-americano numa cidade em que os negros só podem ser subservientes mexe com os habitantes locais e força uma relação hesitante e desconcertante de buddy cop entre Tibbs e o chefe de polícia Bill Gillespie, vivido espectacularmente por Rod Steiger, que, como de costume, desaparece no papel.

Sofrendo humilhações de todos os lados e agressões físicas de um grupo de jovens rústicos com direito a carros com placas da bandeira que eles acham que era dos Confederados – grupo esse que tem uma entrada um tanto aleatória na trama e não é bem resolvido, por sinal – Tibbs usa a expertise não só para resolver o crime como para dar uma lição a todos, ainda que seu objectivo maior seja sair daquela sufocante cidade o mais rapidamente possível. Nesse contexto, a acção é rápida e não perde tempo com minúcias, com Norman Jewison usando muito mais o visual do que o roteiro de Stirling Silliphant, por sua vez baseado em romance de John Ball de dois anos antes, para impulsionar a narrativa. Nesse cenário, a fotografia quente de Haskell Wexler (Quem Tem Medo de Virgina Woolf?, (Voando sobre um Ninho de Cucoso) é chave para passar o desconforto geral e a opressão do lugar, com muito cuidado, pela primeira vez que se tem notícia na Sétima Arte depois da adopção de cores, com a iluminação da pele escura de um afrodescendente, evitando o brilho excessivo que tende a esmaecer os detalhes principalmente do rosto.

No Calor da Noite é um filme que, em um mundo ideal, não seria realmente nada espectacular não fosse os inegáveis destaques para as actuações de Poitier e Steiger. Mas, inserido no contexto histórico e considerando a forma directa, sem firulas e visualmente chocante com que aborda os horrores do racismo,  merece todo o destaque possível, especialmente sabendo que o vemos acontecer em Sparta repete-se, de uma forma ou de outra, com maior ou menor intensidade, praticamente em todo lugar mesmo depois de tantas décadas.

Elenco
Sidney Poitier como Detective Virgil Tibbs
Rod Steiger como chefe de polícia Bill Gillespie
Warren Oates como Sergeant (patrulhador) Sam Wood
Lee Grant como Mrs. Leslie Colbert
Larry Gates, como Eric Endicott
James Patterson como Lloyd Purdy
William Schallert como presidente da câmara Webb Schubert
Beah Richards como Mama Caleba (Sra Bellamy)
Peter Whitney como CPL. George Courtney
Kermit Murdock como HE Henderson
Larry D. Mann como Watkins
Quentin Dean como Delores Purdy
Anthony James como Ralph Henshaw
Arthur Malet como Ted Ulam
Scott Wilson como Harvey Oberst
Matt Clark como Packy Harrison
Eldon rápida como Charlie Hawthorne
Dean Stanton como policia
Jester Hairston como Henry
Khalil Bezaleel como Jess, o mecânico
Jazan Winona Wallace como Viola, a mulher de Jess
Jimmy Anderson como de Jess e Viola filho
Michelle Rowell como a menina no quintal quando Tibbs é deixado cair
Stuart Eugene Wallace como o garoto que brinca com o pau no quintal quando Tibbs é deixado cair
Michael Gates,  como Evan
Clegg Hoyt  Adjunto; o último papel no cinema.

In the Heat of the Night

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Imagens e textos (tradução automática), colhidos da internet

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