Pretende relembrar acontecimentos, bons e maus, do mundo do cinema . Uma selecção pessoal, pela originalidade e impacto que tiveram, não podem ser esquecidos.
1986 William Hurt
1986 William Hurt
William Hurt
Morreu o actor William Hurt, aos 71 anos
Actor norte-americano, vencedor de um Óscar em 1986 pelo papel desempenhado em “O Beijo da Mulher Aranha”, morreu de causas naturais, aos 71 anos.
William Hurt
William Hurt
Black Widow 2021.
William Hurt
William Hurt
Por Ana Catarina Peixoto
Morreu este domingo o actor norte-americano William Hurt, vencedor de um Óscar em 1986 pelo papel desempenhado em “O Beijo da Mulher Aranha” (1985). O actor tinha 71 anos e a informação da sua morte foi confirmada pelo filho, Will. Apesar de ter sido anunciado que Hurt morreu de “causas naturais”, em Maio de 2018 o actor anunciou que sofria de cancro terminal na próstata.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
William Hurt
William Hurt
É com grande tristeza que a família Hurt lamenta a morte de William Hurt, pai amado e actor vencedor de um Óscar, no dia 13 de Março de 2022, uma semana antes do seu 72.º aniversário. Ele [William Hurt] morreu em paz, entre a família, de causas naturais”, lê-se num comunicado citado pelo jornal The Guardian.
with Chishu Ryu in Hakone. 1990
William Hurt, Luis Molina, in Il bacio della donna ragno, 1985
William Hurt
William Hurt, Best Actor at the 58th Academy Awards in 1986
William Hurt, 1987
William Hurt marcou o cinema norte-americano, sobretudo na década de 80. Hurt venceu o Óscar de Melhor Actor, em 1986, pelo papel no filme “O Beijo da Mulher Aranha”, onde desempenhou um homossexual que partilhava uma cela com um preso político no Brasil. O actor foi ainda nomeado para a mesma categoria nos filmes “Filhos de um Deus Menor” e “Edcição Especial”, tendo também sido nomeado para Melhor Ator Secundário no filme “Uma História de Violência”.
William Hurt, 1983
William Hurt, 1981
william hurt kathleen turner body heat
Em 1985, William Hurt também esteve nomeado para o Tony, os prémios de teatro, pela participação na produção da Browdaway “Hurlyburly”. Entre as primeiras produções cinematográficas em que entrou estão “Noites escaldantes” (1981), ao lado de Kathleen Turner, e “Os amigos de Alex” (1983), ambos realizados por Lawrence Kasdan.
William Hurt in ”Kiss Of The Spider Woman” 1985. Hurt won the Best Actor Oscar for his performance.
a history of violenceum
William Hurt in Gorky Park
William Hurt nasceu em 1950, em Washington, e estudou teologia na Universidade de Tufts, mas decidiu apostar numa carreira de representação ao ingressar, em 1972, na Julliard School, onde estudou durante quatro anos com nomes como Robin Williams e Christopher Reeve.
William Hurt in Dark City (1998)
William Hurt in Body Heat (1981)
William Hurt in Altered States
William Hurt, tão perto, tão longe
Hurt sobreveio a uma geração de gigantes italo-americanos, que se chamavam DeNiros ou Pacinos, e tal como outro actor WASP dessa altura, John Heard (1946-2017), tinha tudo para fazer figura de oddity.
William Hurt em “Noites Escaldantes” (Lawrence Kasdan)
Não esqueço, de William Hurt (1950-2022), os seus esgares, a sua sonoridade gutural, a forma como, com essa performance do corpo, reconheceu e aceitou o seu percurso agónico a partir do momento em que se cruzou com a “femme fatale”. Estou a falar, obviamente, de Body Heat/Noites Escaldantes, de Lawrence Kasdan (filme que é pouco óbvio para quem não foi adolescente em 1981).
William Hurt and Sonia Braga at the ‘Kiss of the Spider Woman’ benefit screening during the 12th Annual Human Rights Watch International Film Festival at Alice Tully Hall, Lincoln Center in New York City. 06/13/2001.
William Hurt and Kathleen Turner in a promotional photograph for Body Heat, 1981
William Hurt (1950-2022) – RIP
A sua personagem sabia muito. Isto é, sabia com o que contar. Escrita por Kasdan, Ned Racine/Hurt ficou a “conhecer” o seu destino a partir do momento em que ouviu os espanta-espíritos em casa de Matty Walker/Kathleen Turner. Havia uma espécie de riso, ou até mesmo gargalhada, suspenso no Hurt desse filme. Podia ser também um suspiro. Mas qualquer que fosse o trejeito, emitisse ele espanto ou susto perante a sua sorte (sobretudo autoderisão perante as coisas, porque Hurt era também cerebral), entregava-se sensualmente ao que encontrara.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
Sabia muito e nós, espectadores de então, já sabíamos algo. Em Lisboa, nesse mesmo ano, 1981, um gigantesco ciclo fazia desfilar por vários meses, todos os dias, três sessões ao fim-de-semana, o Cinema Americano dos anos 50 (depois de em anos anteriores ter acontecido isso aos anos 40 ou aos anos 30…), produzindo um luxuoso catálogo, daqueles que não se fizeram mais, fazendo esgotar sucessivamente as sessões no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian – tendo começado tudo pela invasão de fatos e penteados rétro, nesses anos de pós-modernismos, no parque de estacionamento “underground” da Gulbenkian quando as bilheteiras abriram para vender ingressos para toda a extensão dessa mostra em que os filmes se (re)viam pela primeira vez num ecrã grande.
Sabíamos, portanto, de mulheres fatais e de detectives pusilânimes que só eram firmes no desejo. Esse conhecimento acrescentava à experiência iniciática de Body Heat qualquer coisa de terminal também. As nossas adolescências terminavam.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
Vi cinco vezes o filme de Kasdan – mais ou menos em semanas seguidas – no Quarteto, em Lisboa. Houve uma altura em que tive medo de ser reconhecido como espectador demasiado assíduo. Sabia que não era um “grande filme” e que de tanto o gastar arriscava-me a não o conseguir mais enfrentar. “Sabia que não era um grande filme”…
William Hurt
Until the End of the World
William Hurt
Ainda hoje não sei se é um “grande filme”. Mas talvez tivesse a intuição que havia algo que se jogava, brevemente e para nunca mais, nos corpos da “it girl” Turner e do “poster boy” Hurt (ou ao contrário, se quiserem). Body Heat, jogando claramente na possibilidade de reescrita do cinema do passado, sendo mais um filme dos 80s do que dos 70s, como, inversamente, O Toiro Enraivecido (1980) era mais um filme dos 70s do que dos 80s, trazia herdado da década anterior algo que hoje é uma miragem: cinema para adultos. Do mesmo ano de 1981 é Os Salteadores da Arca Perdida, de Spielberg, curiosamente também escrito por Kasdan, mas Indiana Jones era mesmo toda uma outra conversa.
Com Geena Davis em O Turista Acidental
Hurt sobreveio a uma geração de gigantes italo-americanos, que se chamavam DeNiros ou Pacinos, e tal como outro actor WASP dessa altura, John Heard (1946-2017), tinha tudo para fazer figura de oddity. O Turista Acidental (1988), do mesmo Kasdan, em que Hurt desenvolve uma persona catatónica (será um melhor filme do que Body Heat?), aproveita essa espécie de excepcionalidade para a levar até um silencioso burlesco.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
Sim, William Hurt foi dominante entre 1980-1988. Teve até um Óscar a meio dessa década (O Beijo da Mulher Aranha). Mas, de novo tal como John Heard (alguém se lembra dele e de Heart Beat, de John Byrun, filme de 1980?), ficou destinado ao desvanecimento, ao esquecimento. Como, de resto, o cinema americano dessa era que está tão perto e que afinal está tão longe: os anos 80. O que fazer com esse desconhecido?
William Hurt
Rest In Peace, William Hurt.
William Hurt.
O actor, que construiu a sua reputação na encarnação de personagens excêntricas e inusitadas e que foi nomeado a quatro Óscares durante a sua longa carreira, morreu no Domingo aos 71 anos de “causas naturais”.
Morreu este Domingo o actor norte-americano William Hurt que marcou o universo cinematográfico sobretudo na década de 80, aos 71 anos. A informação da sua morte foi confirmada pelo filho, Will, em comunicado.
William Hurt.
William Hurt.
William Hurt.
Segundo o Hollywood Reporter, o artista morreu na sua casa em Portland, Oregon. O cineasta italiano Franco Zeffirelli com quem trabalhou em Jane Eyre, em 1996, descrevia-o como “o actor mais complicado com quem já havia trabalhado”. Mas porquê?
William Hurt. attends the Montecito Award during the 32nd Santa Barbara International Film Festival at the Arlington Theatre on February 8, 2017 in Santa Barbara, California.
body heat
William Hurt.
Durante a sua carreira, o artista foi nomeado quatro vezes para os Óscares. A primeira delas, em 1986, ganhou o Óscar de Melhor Actor, com O Beijo da Mulher Aranha, do argentino-brasileiro, Héctor Babenco, onde interpretava o papel de um homem homossexual condenado numa prisão brasileira durante a ditadura militar.
William Hurt.
William Hurt.
THE BIG CHILL, William Hurt, 1983, (c)Columbia Pictures
Seguiu-se, também a mesma nomeação em Edição Especial, de James L. Brooks, em que era um pivô televisivo “mais atraente do que competente”, que consegue subir na carreira precisamente por isso e, no ano seguinte em Filhos de um Deus Menor, de Randa Haines, filme em que dava vida a um professor de alunos surdos.
William Hurt.
Body Heat, 1981
William Hurt.
Em 2005, Hurt voltou a ser nomeado para Melhor Actor Secundário pelo papel em Uma História de Violência, de David Cronenberg, onde desempenhava um papel diferente de todos os outros que já lhe haviam valido nomeações: um chefe da máfia irlandesa de Filadélfia.
William Hurt.
William Hurt.
William Hurt.
Do teatro à sétima arte Nascido na cidade de Washington, em 1950, o seu pai trabalhou para a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid) o que levou o jovem William a viajar e morar em lugares como o Paquistão, Sudão ou Somália.
William Hurt.
a history of violence
William Hurt.
O artista estudou Teologia na Tufts University, em Boston, Massachusetts, contudo, acabou por escolher o caminho da representação. Em 1972, acabou por se matricular na famosa Julliard Art School, em Nova Iorque, e foi precisamente em produções teatrais que se estreou ganhando logo um prémio para a sua estreia “off-Broadway” em 1977 e um Theatre World Award no ano que se seguiu.
William Hurt.
William Hurt.
William Hurt.
A sua estreia nas grandes telas deu-se com o papel de um cientista obcecado em Viagens Alucinantes (1980), do realizador Ken Russell. No ano seguinte, estrelou em Os Olhos da Testemunha e ainda em Noites Escaldantes, produção que acabou por fazer dele e de Kathleen Turner símbolos sexuais e estrelas, lançando ainda a carreira do realizador e argumentista Lawrence Kasdan. A sua estreia causou grande sensação na época e a fama que ganhou com esse filme fez dele uma grande estrela na década de 1980.
William Hurt.
The last full measure
William Hurt.
Depois de se ter transformado num agente “soviético” em O Mistério de Gorky Park, em 1983, William entrou naquela que foi vista como a sua altura áurea, com o filme Os Amigos de Alex, novamente realizado por Kasdan e ao lado de nomes como Tom Berenger, Glenn Close, Jeff Goldblum e Kevin Kline. O filme centra-se num grupo de sete amigos já na casa dos 30 anos que foram colegas de faculdade nos anos 60 e que se reencontram após anos de separação no funeral de Alex, outrora um aluno brilhante e que havia cometido suicídio.
William Hurt.
William Hurt.
William Hurt.
Após a cerimónia, aproveitam para recuperarem o tempo perdido e descobrem que perderam o radicalismo e a irreverência que os havia caracterizado na juventude. Pouco depois veio O Beijo da Mulher Aranha, que lhe rendeu o Óscar de melhor actor.
William Hurt.
The Last Full Measure
William Hurt
Relações conturbadas Hurt foi casado pela primeira vez com a actriz Mary Beth Hurt de 1971 a 1982. Durante o matrimónio, segundo a ABCNews, começou um relacionamento com Sandra Jennings, relação extraconjugal que acabou por pôr fim ao seu casamento.
William Hurt.
William Hurt.
William Hurt.
Mas seis anos depois, essa relação também viria a chegar ao fim. Em 1989, durante o divórcio mediático, a sua ex-parceira, Sandra Jennings, pintou um retrato bastante “negro” da estrela. Segundo a mesma, Hurt era “um bêbado violento propenso a alucinações religiosas”. Além disso, Jennings também alegou que uma vez o artista urinou no sofá da sua casa.
THE ACCIDENTAL TOURIST, William Hurt, Geena Davis, 1988, (c)Warner Bros/courtesy Everett Collection
The Big Chill
William Hurt
“Actuar é uma coisa muito íntima e privada”, disse Hurt ao The New York Times em 1983. “A arte de representar requer tanta solidão quanto a arte de escrever. Sim, tu esbarras em outras pessoas, mas precisas de aprender um ofício, uma técnica. Há essa coisa estranha de que a minha actuação é considerada esse clamor por atenção à minha pessoa, como se eu precisasse de tanto amor ou tanta atenção que desistiria do meu direito de ser uma pessoa privada”, acrescentou.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
Depois disso, ao que parece, Hurt continuou a ter relações problemáticas. Quando tinha 35 anos, começou uma relação com a actriz Marlee Matlin. O casal conheceu-se na preparação para o filme Filhos de um Deus Menor, onde interpretaram os protagonistas que acabavam por ter um envolvimento romântico. Foi a estreia de Matlin no cinema. A actriz tinha na época 19 anos e tornou-se a primeira (e até agora única) pessoa surda a conquistar um Óscar de representação.
William Hurt
The Accidental Tourist (1988
William Hurt
Segundo a actriz, que escreveu os pormenores na sua autobiografia I’ll Scream Later, publicada em 2009, Hurt abusou física e psicologicamente dela durante cerca de dois anos, o período em que viveram juntos. “Eu tinha hematomas novos todos os dias ou um lábio rachado. Aconteceram muitas coisas que não são boas!”, disse Matlin ao Access Hollywood numa entrevista sobre essas memórias.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
“Sempre tive medo dele, mas amava-o! Ou talvez pensasse que sim… Mas há de ter em conta que eu tinha 19 anos e ele 35”, acrescentou. Na altura da sua publicação, o actor emitiu um pedido de desculpas que dizia: “A minha lembrança é que nós dois pedimos desculpas e ambos fizemos de tudo para curar as nossas vidas”, escreveu, desejando “tudo de bom” à actriz.
William Hurt
Dark City
William Hurt
Nesses anos, William também “lutou” contra o abuso de drogas e álcool e frequentou clínicas de reabilitação. Além disso, também desenvolveu a reputação de nem sempre ser “um colaborador fácil”. A revista norte-americana The New Yorker chegou mesmo a chamá-lo de “notoriamente temperamental”. Em 1989, Hurt casou-se com Heidi Henderson, que conheceu na reabilitação. O casal teve dois filhos juntos. Além deles, Hurt também teve uma filha com a actriz e cineasta francesa Sandrine Bonnaire em 1992.
William Hurt
William Hurt
William Hurt
Um actor “difícil” Após a tórrida corrida nos anos 80, Hurt caiu cada vez mais em “desuso” entre os cineastas nos anos 90 e alguns argumentaram que era por causa da sua reputação. Hurt, no entanto, continuou a defender-se, dizendo ao Los Angeles Times em 1994: “Eu dou mais resolvendo a verdade do que satisfazendo expectativas e esperanças fáceis”, admitiu. “Se um realizador me diz para fazer o público pensar ou sentir uma determinada coisa, fico instantaneamente revoltado”, disse Hurt. “Além disso, a minha única obrigação é oferecer a verdade da peça. Não devo nada a ninguém, incluindo ao realizador”, sublinhava a propósito das acusações.
William Hurt
a.i. artificial intelligence
William Hurt
Desde 2008, ano de lançamento do filme O Incrível Hulk, que o artista fazia parte do Universo Cinematográfico Marvel, no papel do general e depois secretário de Estado Thaddeus Ross. Seguiram-se Capitão América: Guerra Civil, em 2016, Vingadores: Guerra do Infinito, dois anos depois, Vingadores: Ultimato, em 2019 e Viúva Negra, no ano passado e que foi o seu último trabalho. A sua caminhada não passou apenas pelo teatro ou o cinema. Em televisão, participou em trabalhos como a mini série Dune, adaptação de Frank Herbert do ano 2000.
The Big Chill 1983
Sissy Spacek and William Hurt
kathleen turner#william hurt
Em 2014, Hurt assistiu a um dos piores acidentes no set da história. O artista estava a dar vida à personagem Gregg Allman no drama biográfico americano do director Randall Miller, Midnight Rider, quando um comboio colidiu com o set na zona rural da Geórgia, matando a assistente de câmara Sarah Jones e ferindo vários outros. O actor disse mais tarde que “expressou repetidamente preocupação de que os membros do elenco e da equipa, carregados de equipamentos, estivessem seguros no cavalete caso um comboio chegasse” e que foi assegurado pela AD Hillary Schwartz de que “estavam a ser cumpridas todas as normas de segurança”.
Jeff Goldblum, William Hurt + JoBeth Williams
altered states
Geena Davis, William Hurt, Kathleen Turner, 1988.
“É a tristeza da minha vida profissional e uma das grandes tristezas da minha vida pessoal”, revelou mais tarde sobre o acidente. “Era simplesmente impossível imaginar que algo assim pudesse acontecer. Poderia simplesmente ter ido embora quando pressenti que algo não estava certo, mas foi o nosso primeiro dia com uma equipa com quem já havia trabalhado”, explicou. Logo após o acidente, Miller tentou avançar com a produção, mas Hurt desistiu, negando-se a retomar o filme.
ACCIDENTAL TOURIST, William Hurt, 1988
body heat
William Hurt
Questionada pela Entertainment Tonight na passadeira vermelha dos Critics Choice Awards, no Domingo, Marlee Matlin reagiu à morte de William Hurt: “Perdemos um grande actor e trabalhar com ele no set de Filhos de um Deus Menor será sempre algo que vou relembrar com carinho. Ensinou-me muito como actor e era único!”, lembrou a actriz. O actor deixa no seu “currículo” 105 filmes.
Christopher Walken, Sigourney Weaver & William Hurt
broadcast news
1985 Best Actor Oscar winner William Hurt for ”Kiss of the Spider Woman”
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