1962 Sophia Loren

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Sophia Loren regressa aos 86 anos para dizer que a reforma ainda está longe.
A grande actriz italiana protagoniza Uma Vida à sua Frente. Realizado por Edoardo Ponti, seu filho, e disponível na Netflix, o filme conta a história de uma sobrevivente do Holocausto que acolhe um jovem refugiado senegalês. Uma história do presente, mas que permitiu a Loren viajar de diversas formas ao seu passado.
Sophia Loren, aos 86 anos, a encher o ecrã no papel de Madame Rosa, ex-prostituta, italiana sobrevivente do Holocausto que acolhe em sua casa um jovem orfão migrante. Uma Vida à sua Frente, estreado esta sexta-feira na Netflix, marca o regresso da grande actriz italiana, presença bissexta em ecrã nas últimas décadas. Não por falta de vontade de trabalhar ou de propostas. “Ainda me são enviados muitos guiões, mas nenhum me interpelou como Uma Vida à sua Frente. Foi por isso que não trabalhei durante quase dez anos”, afirmou em entrevista ao New York Times. Não só isso. Esta é uma questão de família: o filme é realizado pelo filho mais novo de Loren, Edoardo Ponti.

Sophia Loren

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Desde os anos 1980 que Sophia Loren decidiu inverter prioridades. Passara os 30 anos anteriores a construir uma carreira que, primeiro em Itália, depois a partir de Hollywood, fizera dela uma das mais célebres e respeitadas actrizes mundiais. Deixava então atrás de si uma vida intensa, agenda preenchidíssima, durante a qual foi dirigida por Vittorio de Sica, Ettore Scola, Dino Risi ou Charlie Chaplin, contracenando com Marcelo Mastroianni, Cary Grant, Paul Newman ou Peter Sellers. Foi nessa altura, recorda na mesma entrevista, publicada esta sexta-feira, que perguntou a si mesma: “‘O que queres da vida, Sophia?’”. “Uma família”, foi a resposta que encontrou. Casada desde os anos 1950 com o produtor Carlo Ponti (falecido em 2007), mãe de dois filhos, já tinha a família, mas faltava-lhe tempo para ela. “A partir de agora, talvez desacelere um pouco”, pensou então.

Sophia Loren

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Para quê parar?
Em 1980, Edoardo Ponti tinha sete anos. Hoje, aos 47, é o realizador com quem Sophia Loren mais tem trabalhado nas últimas duas décadas. Antes de Uma Vida à Sua Frente, dirigira-a na curta A Voz Humana, adaptação da peça de Jean Cocteau (2014), e em Entre Estranhos (2002, também com Mira Sorvino e Gerard Depardieu). Ainda assim, esta relação mãe-filho, actriz-realizador, não se sustenta simplesmente na relação filial. Da parte de Sophia Loren, actualmente a viver em Genebra, há também, de certa forma, um movimento de regresso. “Repare, eu comecei com Vittorio De Sica e tantos outros antes de ir para a América, e senti necessidade de trabalhar de novo com um realizador italiano”, explicava recentemente ao La Repubblica. “O Edoardo é italiano, não é? Percebo imediatamente a sua forma de falar. ‘É estranho… Este realizador parece-me mesmo com o meu filho”.
Adaptação do romance homónimo de Romain Gary, publicado em 1975 sob o pseudónimo Émile Ajar, e alvo de adaptação ao cinema dois anos depois (Madame Rosa, realizado por Moshé Mizrahi, distinguido com o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, e que valeu a Simone Signoret o César de Melhor Actriz), Uma Vida à Sua Frente, com argumento de Ugo Chiti (Gomorra), recontextualiza-se para a realidade europeia do presente. De Paris passamos para a cidade costeira de Bari, porta de entrada na Europa de refugiados africanos e do Médio Oriente, e o jovem acolhido por Madame Rosa não é agora argelino, mas sim senegalês (Momo, interpretado por Ibrahima Gueye).

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Sophia Loren não contempla a reforma — “se gosto de ser actriz, para quê parar?” —, mas prefere nesta altura avançada da carreira dedicar-se apenas àquilo que a preencha verdadeiramente. “Queria encontrar um papel que me inspirasse e desafiasse. Madame Rosa era essa personagem, não apenas pelas suas diferentes emoções, por vezes contraditórias, mas também pela mensagem de tolerância, amor e inclusão que o filme veicula”, afirmou ao New York Times.

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O filme proporcionou, também, e de forma diferente, o movimento de regresso que referimos anteriormente. “Era uma criança durante a [Segunda] Guerra [Mundial] e este filme lembra-me as coisas que vivi em Nápoles naqueles anos”, recordou ao La Repubblica. “Sinto-o muito próximo do meu coração. E devemos assegurar que certas coisas não mais se repetirão”.

Sophia Loren é Madame Rosa, ex-prostituta, italiana sobrevivente do Holocausto que acolhe em sua casa um jovem orfão migrante DR
efine-se a si mesma como perfeccionista e guarda com apreço as memórias da sua carreira americana e a possibilidade que lhe deu de trabalhar com Cary Grant ou Frank Sinatra, mas reserva um espaço maior para o seu trabalho com De Sica (em particular Duas Mulheres, de 1960, na qual interpreta uma mãe que luta para proteger a sua filha no estertor final da Segunda Guerra Mundial e pela qual ganhou o Óscar de Melhor Actriz), para o seu papel em Um Dia Inesquecível (1977), de Ettore Scola, e para a longa relação no ecrã com Marcelo Mastroianni, com quem contracenou doze vezes, incluindo em Um Dia Inesquecível. Foi, aliás, às memórias desse filme que a conduziu um momento em particular na rodagem de Uma Vida à sua Frente.

Sophia Loren

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Sophia Loren

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Uma das cenas do filme de 1977 passa-se no terraço do prédio onde vivem a dona de casa, carente de vida e afecto, interpretada por Loren e o discreto vizinho interpretado por Mastroianni, homossexual perseguido pelo regime fascista de Mussolini (a acção passa-se em 1938, no dia em que Hitler se encontra com Il Duce em Roma). Edoardo Ponti construiu no novo filme uma ponte com esse passado, ao filmar uma das suas cenas decisivas no terraço da casa de Madame Rosa. “Foi a primeira vez que filmei uma cena num terraço em muito tempo, e foi avassaladora a avalanche de memórias e emoções”, recorda Sophia Loren à Variety.
A grande actriz pode confessar não estar a par do cinema contemporâneo — “mas é um prazer ver o trabalho de Matteo Garrone e Paolo Sorrentino, e ainda por cima são napolitanos!” —, mas é certo que não abandonou o cinema. Teve a confirmação disso mesmo no dia em que filmou naquele terraço em Bari. “Ainda que tenham passado mais de 40 anos entre as duas cenas, a minha paixão pelas narrativas e pelos filmes mantinha-se intacta”. Aos 86 anos, sentiu “borboletas no estômago” e reconfortou-a saber que, a seu lado, “estava, na figura do meu filho, um realizador que amava e em quem confiava profundamente”.

Sophia Loren in a publicity still for La Pupa Del Gangster (1975)

Sophia Loren numa das cenas do filme Escândalo em Sorrento

Sophia Loren

“Tutto quello che vedete, Io devo agli spaghetti.” – Sophia Loren

Sophia Loren on the set of Legend Of The Lost (1957)
Naquele dia, conta, sentiu-se “verdadeiramente abençoada”. Tantos anos depois, Sophia Loren está de volta. Aos 86 anos, nunca deixou de ser actriz. Ainda não é tempo para a reforma.

Cary Grant e Sophia Loren
Passado em Espanha durante as guerras napoleónicas, o filme conta a história de um oficial inglês, interpretado por Cary Grant, que ajuda um grupo de espanhóis a combater o invasor francês. Sophia Loren é Juana, a filha do chefe espanhol, por quem o herói britânico se apaixona.

Sophia Loren

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Sophia Loren as Juana The Pride and the Passion – (1957) – Dir.: Stanley Kramer

Sophia Loren

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Ao que parece, o Cary Grant de ar mais ou menos mesmerizado que, numa cena do filme, segue os movimentos de Sophia Loren enquanto esta dança um escaldante flamenco, não terá tido grande necessidade de representar. Neste tomo inicial das suas memórias, que deverá ser lançado em língua inglesa até ao final do ano, Sophia Loren conta em detalhe como se envolveu com o actor americano de origem inglesa, depois de Grant a ter persistentemente tentado seduzir durante a rodagem. Ela tinha 23 anos, ele tinha mais 30 e estava então casado com a terceira das suas cinco mulheres (cinco casamentos a que viriam a juntar-se os rumores da bissexualidade do actor que agitaram Hollywood).

Sophia Loren

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Loren contou aos jornalistas que uma das razões que a estimulou a escrever estas memórias foi a descoberta de uma caixa cheia de correspondência, fotografias e outras recordações na casa que possui na Suíça. O livro, cujo título reproduz o de um filme de Vittorio de Sicca em que a actriz representa três mulheres diferentes, “é um conjunto de memórias inéditas, anedotas curiosas, pequenos segredos revelados, que saltaram de uma caixa encontrada por acaso, um tesouro cheio de emoções, experiências, aventuras”.

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Algumas das cartas que estavam nesta caixa foram escritas por Cary Grant durante a rodagem, em Espanha, de Orgulho e Paixão. “Estarás nas minhas orações”, escreve Cary Grant. “Se pensares e rezares comigo, com o mesmo objectivo, tudo ficará bem e a vida será boa”.

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Noutro bilhete pedia-lhe desculpa por a “pressionar de mais”. E voltava a pedir-lhe que rezasse, garantindo que também o faria. Não é de excluir que o seu conhecimento de que a actriz era já então, como hoje, uma católica fervorosa, possa ter contribuído para revelar esta sua até então não muito conhecida dimensão devocional. Sophia Loren explica que Grant lhe enviava ramos de flores todos os dias e insistia em que ambos rezassem a pedir orientação divina para saber se deveriam deixar as pessoas com quem estavam envolvidos.

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Cary Grant estava então casado, há já oito anos, com a actriz e ficcionista Betsy Drake, de quem só viria a divorciar-se em 1962. Foi o seu casamento mais duradouro, e o actor sempre se mostrou grato a Betsy Drake por ter conseguido fazê-lo recuperar a sua “paz interior”. A mulher convenceu-o dos benefícios de um tratamento por LSD, então legal, que parece ter resultado, segundo o próprio, onde o ioga, o hipnotismo e outras terapias tinham falhado.

Sophia Loren

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Um caso para recordar
Sophia Loren, embora tivesse apenas 23 anos, era já uma actriz experiente e que dera nas vistas em filmes italianos, como O Ouro de Nápoles (1954) e Pão, Amor e… (1955), ambos de Vittorio De Sica (1954), mas que também já fora descoberta por Hollywood e contracenara com John Wayne em A Cidade Perdida, de Henry Hathaway, estreado nesse mesmo ano de 1957. Quando encontrou Cary Grant, mantinha desde a adolescência uma relação com o produtor de cinema Carlo Ponti, com quem estava prestes a casar-se.

Sophia Loren

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Sophia Loren

Sophia Loren
A história do casamento de Ponti e Loren é outro filme. Casaram-se no dia 17 de Setembro de 1957, por procuração, depois de o produtor se ter divorciado da sua primeira mulher no México. Mas como o divórcio era ainda proibido em Itália, foi avisado de que seria acusado de bigamia caso voltasse ao país. Acabaram por anular o casamento, em 1962, e o imbróglio só se resolveu definitivamente em 1966, quando voltaram a casar-se em França e lhes foi concedida a nacionalidade francesa.

Sophia Loren

Sophia Loren,1950s

La fortuna di essere donna (Lucky to Be a Woman), 1956

Sophia Loren, Woman of the River, 1954

Sophia Loren, 1986
Para Sophia Loren, a idade de Cary Grant até não constituiria grande problema, uma vez que, diz, “andava à procura de uma figura paternal”. O próprio Ponti era 22 anos mais velho do que ela. Mas “tinha de fazer uma escolha” e inclinou-se para o seu futuro marido. “O Carlo era italiano, pertencia ao meu mundo, era a coisa certa a fazer”, explica agora a actriz. “Na época não tive remorsos nenhuns, amava o meu marido e, embora tivesse muito afecto por Cary, tinha 23 anos e não consegui decidir-me a casar com um gigante de outro país e a deixar Carlo”.

Omar sharif and Sophia Loren

Sophia Loren in It Started In Naples (1960)

Sophia Loren

Sophia Loren by David Seymour, 1955

Sophia Loren in Venice, 1955.
Curiosamente, Orgulho e Paixão já integrava a história de bastidores de Hollywood, mas por causa de Frank Sinatra, que aceitou um papel no filme porque queria estar perto de Ava Gardner, com quem era ainda casado e que estava em França a filmar “E o Sol também Brilha”, de Henry King, baseado no romance de Hemingway. E quando a tentativa de se reconciliar com Ava Gardner falhou – divorciaram-se ainda em 1957 –, Sinatra pediu para abandonar mais cedo a rodagem do filme.

Sophia Loren photographed by Steve Schapiro on the set of the film ‘C’era una volta’ in Italy, 1966.

Sophia Loren photographed by Wallace Seawell, 1959.

Sophia Loren Vittorio De Sica’s La riffa, an episode of the anthology film Boccaccio 70 (1962)

Sophia Loren promotional shoot for La fortuna di essere donna (Lucky to Be a Woman), 1954.

Sophia Loren standing by the Canal Grande, Venice, 1955
Já o breve affair com Cary Grant agora revelado por Sophia Loren ainda acabou por ter um segundo capítulo um ano e tal mais tarde, quando o galã anglo-americano e a voluptuosa italiana voltaram a encontrar-se na rodagem de Quase nos Teus Braços (Houseboat, 1958), uma comédia romântica de Melville Shavelson, que mais tarde se queixaria de que a “tensão sexual” entre ambos era tão forte que lhe tornara difícil realizar o filme. Uma química a que também não escapou à imprensa de escândalos de Hollywod, que durante algum tempo se concentrou no alegado envolvimento romântico entre os dois actores.

Sophia Loren, 1950s

Sophia Loren, 1954

Sophia Loren, 1956

Sophia Loren, 1957.

LOS ANGELES, CA – 1960: Sophia Loren poses leaning with her elbow on a tree in 1960 in Los Angeles, California. (Photo by Sam Shaw/© Shaw Family Archives/Getty Images)
Curiosamente, a ideia de Houseboat partiu de Betsy Drake, que só não contracenou com o marido porque o casal atravessava um momento complicado e o estúdio achou preferível encontrar uma alternativa.

Sophia Loren

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Lendo o que Sophia Loren agora conta dos avanços de Cary Grant durante a rodagem de Orgulho e Paixão, e em particular essas cartas em que tenta convencê-la de que a oração lhes mostrará que devem unir-se, sacrificando os seus relacionamentos presentes, é difícil não pensar no papel que o actor acabara de interpretar imediatamente antes. O ano de 1957 foi deveras preenchido para Cary Grant, que mal teve tempo de respirar entre a rodagem de O Grande Amor da Minha Vida, de Leo McCarey e a partida para Espanha, para contracenar com Sophia Loren no filme de Stanley Kramer.

Sophia Loren

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Como o leitor mais cinéfilo se recordará, O Grande Amor da Minha Vida (An Affair to Remember), conta a história de Nick (Cary Grant) e Terry (Deborah Kerr), que se apaixonam e decidem encontrar-se daí a seis meses no topo do Empire State Building caso ambos tenham conseguido entretanto acabar com os relacionamentos que mantêm e iniciar novas vidas. Digamos que fica um bocadinho a ideia de que Grant usou o guião que estava mais à mão, ou mais fresco na memória, embora a parte das rezas pareça ter sido uma inspiração do momento. No fim, como o título do filme de Leo McCarey profetizava, restou um caso para recordar.

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Afinal o olhar de Sophia Loren para Jayne Mansfield era de medo
57 anos depois, a actriz italiana conta finalmente o que lhe passava pela cabeça na foto em que observa nada discretamente Jayne Mansfield.

Sophia Loren e Jayne Mansfield
“Ela sabia que toda a gente estava a ver. Sentou-se. E, bem, ela estava quase… Ouça. Veja a foto. Onde estão os meus olhos? Estou a olhar para os seus mamilos porque estava com medo que viessem parar ao meu prato”.
Durante décadas perguntámo-nos o que passaria pela cabeça de Sophia Loren no momento em que a foto, aquela foto, foi tirada. Essa: a de Loren olhando pouco discretamente (não há discrição possível com paparazzi por perto) para o decote da voluptuosa Jayne Mansfield. 57 anos depois, soubemos por fim. Aos 80 anos, a actriz nascida em Puzzuoli, nos arredores de Nápoles, contou o que lhe ia na cabeça.

Sophia Loren e Jayne Mansfield
Em entrevista à Entertainment Weekly desde a sua casa na Suíça, a diva italiana conta que tudo se passou numa festa organizada pela Paramount em sua honra, em Beverly Hills. Ela tinha 23 anos e via na sua festa “todo o [meio do] cinema, foi incrível”, recorda. “E então aparece a Jayne Mansfield, a última a chegar”.

Sophia Loren in a scene from the film ‘Bocaccio 70’, 1962. (Photo by Cineriz/Getty Images)

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Sophia Loren
Mansfield dirigiu-se de imediato para a mesa de Loren. “Ela sabia que toda a gente estava a ver. Sentou-se. E, bem, ela estava quase… Ouça. Veja a foto. Onde estão os meus olhos? Estou a olhar para os seus mamilos porque estava com medo que viessem parar ao meu prato. Consegue ver o medo no meu rosto. Estou cheia de medo que tudo no seu vestido vá rebentar – Boom! – e que se derrame pela mesa”. Mistério desfeito. Não, não era inveja. Era medo.

Sophia Loren e Jayne Mansfield
Sophia Loren fez a revelação, desvendando aquele que é, provavelmente, o mais duradouro mexerico de Hollywood por resolver (já sabemos, era medo, medo!), no âmbito da promoção da sua autobiografia Yesterday, Today and Tomorrow: My life, publicada dia 4 de Novembro. Loren escreveu-a depois de descobrir uma série de cartas e outras lembranças na sua casa suíça. Nela conta da sua relação pouco harmoniosa com Marlon Brando (não respondeu bem aos seus avanços e o actor sentiu-se despeitado).

Sophia Loren

Sophia Loren in the garden cutting roses. (Photo by Alfred Eisenstaedt//Time Life Pictures/Getty Images)

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Conta também como Cary Grant, durante o romance vivido com ela durante a rodagem de The Pride And The Passion, de 1957, o mesmo ano em que foi registada a famosa foto, quis que ambos rezassem para o divino lhes indicasse o caminho. Deveria ele abandonar a sua terceira mulher, Betsy Drake? Deveria ela terminar o noivado com o produtor Carlo Ponti, o homem que a descobrira em Roma enquanto La Regina del Mare (A Rainha dos Mares), título ganho num concurso de beleza?

Stage and Screen, Personalities, pic: 1965, Sophia Loren, born 1934, Italian Film actress (Photo by Popperfoto/Getty Images)

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren
Não sabemos o que terá comunicado a divindade ao par. Sabemos o que decidiu Loren. “Tive que fazer uma escolha. Carlo era italiano, pertencia ao meu mundo. Sei que foi a decisão correcta para mim (…) Não conseguia decidir-me a casar com um gigante de outro país e abandonar o Carlo”, afirmou há dois anos, como citada pelo Guardian em artigo de apresentação da autobiografia publicado em Outubro.

Sophia Loren e Jayne Mansfield
Ainda quanto à foto, saiba-se que Sophia Loren continua a deparar-se com ela a intervalos regulares. “Dão-ma muitas, muitas vezes, para autografar. Nunca o faço. Não quero ter nada a ver com isso. E também por respeito a Jayne Mansfield, porque ela já não está connosco”.

Sophia Loren; Salvador Dali

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Nascer | Sofia Costanza Brigida Villani Scicolone 20 de Setembro de 1934 |
---|---|
Outros nomes | Sofia Scicolone Sofia Lazzaro |
Cidadania |
|
Ocupação | Actriz |
Anos activos | 1950-presente |
Cônjuge(s) | ( m. 1966; falecido em 2007 ) |
Crianças | Carlo Ponti Jr. Edoardo Ponti |
Parentes | Romano Mussolini (cunhado) Alessandra Mussolini (sobrinha) Sasha Alexander (nora) |

Stage & Screen, England, 1957, Italian actress Sophia Loren reading a book while making the film “The Key” at Elstree Studio’s (Photo by Popperfoto/Getty Images)

Sophia Loren

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Sophia Loren fez 87 anos: deusa de Nápoles permanece o maior ícone feminino do cinema italiano
Ícone de Itália e do mundo do cinema, foi da uma vida de pobreza extrema em Itália à consagração absoluta em todo o mundo.
Sophia Loren festejou 87 anos, com uma longevidade que se estende pela carreira, que entrou na oitava década graças ao popular e elogiado “Uma Vida à sua Frente”, o filme da Netflix lançado em Novembro do ano 1920 onde era dirigida pelo filho Edoardo Ponti.

Sophia Loren

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Sophia Loren
Hoje em dia, a lenda do cinema italiano reside na Suíça e é presença rara nos eventos da Sétima Arte, mas após um papel fugaz no musical “Nove”, de Rob Marshall (2009), regressou em grande como Rosa, uma sobrevivente do Holocausto que fazia amizade com Momo, um menino senegalês de 12 anos. Dispensou glamour e emoções gratuitas para uma interpretação que a colocou nas listas de potenciais nomeadas para os Óscares deste ano, recordando o talento a antigas e novas gerações.

Sophia Loren

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Sophia Loren

Sophia Loren
“Ainda me são enviados muitos guiões, mas nenhum me interpelou como ‘Uma Vida à sua Frente’. Foi por isso que não trabalhei durante quase dez anos”, confessava em entrevista ao New York Times.
Antes de contracenar com o jovem Ibrahima Gueye, teve como parceiros no ecrã lendas como Marlon Brando, Cary Grant, Marlon Brando, Clark Gable, Frank Sinatra, Charlton Heston, Gregory Peck, Anthony Quinn, Paul Newman, David Niven, Alec Guinness e, claro, Mastroianni, num percurso que começou nos anos 1950 e foi distinguido com mais de meia centena de prémios, incluindo o Óscar de Melhor Actriz por “Duas Mulheres” (1960), a primeira vez que a Academia distinguiu uma interpretação num idioma que não era o inglês, e um Óscar Honorário em 1991, quando foi declarada “um dos maiores tesouros do mundo”.

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

THE ACTRESS SOPHIA (Sofia) LOREN IN VENICE – 1955);

Sophia Loren
“Nunca me perdi de mim mesma, sempre resisti, lutei […] na minha família tive uma vida muito dura, não tive pai […], lutei muito. E acredito que Deus, digamos assim, me ajudou muito. Sempre fiz as coisas bem, da melhor maneira possível, como uma menina que vai à escola e que tem que fazer bem suas tarefas. E pouco a pouco tornei-me, como dizem, alguém”, confessava a diva do cinema italiano em 2015 durante uma homenagem no festival Lumière, em Lyon.

Sophia Loren, ca. 1954

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren
Sophia Loren nasceu como Sofia Scicolone, em Roma, a 20 de Setembro de 1934. Filha bastarda, os primeiros anos foram de pobreza pelas ruas em Pozzuoli, perto de Nápoles, agravados pela Segunda Guerra Mundial.
Uma das finalistas do concurso de beleza Miss Itália 1950 e eleita Miss Elegância, começou a despertar a atenção dos cineastas. Seguiram-se aulas de representação e as primeiras presenças no cinema, registadas como Sofia Scicolone ou Sofia Lazzaro, ou mesmo como figurante sem crédito, como no épico religioso americano (filmado nos estúdios Cinecittà) “Quo Vadis” (1951).

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren
Determinante, em termos profissionais e pessoais, foi o produtor Carlo Ponti, que lhe mudou o nome e descreveu-o como “o homem da minha vida, aquele que realmente me compreendeu, me acompanhou”: conheceram-se em 1950, quando ela tinha 15 anos e ele 37.
Casaram em 1957, mas como Ponti ainda era oficialmente ligado à primeira mulher de acordo com a lei italiana, que não reconhecia os divórcios, foram obrigados a anular o casamento em 1962 para não enfrentar acusações de bigamia. Só em 1966, em França, foi possível oficializar a relação, que durou até à morte de Ponti em 2007, aos 94 anos.

Sophia Loren

Sophia Loren

A beleza que desafia a idade exibiu suas longas pernas e curvas estelares na foto em preto e branco

Sophia Loren

Legend of the Lost
O nome “Sophia Loren” começou com os filmes lançados em 1953 e a sua grande oportunidade surgiu no ano seguinte, quando foi escolhida por Vittorio De Sica para protagonizar um dos segmentos do filme “O Ouro de Nápoles”: foi o primeiro de 14 filmes com o realizador.
Em 1955, com “Que Pena Seres Vigarista!” (1955), foi reunida com outro homem determinante, Marcello Mastroianni: fizeram 14 filmes juntos.
“Era como se fosse da família. Quando ele morreu, foi-se embora uma boa parte de mim mesma”, resumiu na homenagem em Lyon sobre o companheiro falecido em 1996.

O actor britânico Peter pode ser visto entregando seu casaco a Sophia em uma cena do filme

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren
O primeiro filme em língua inglesa foi “Orgulho e Paixão” em 1957, partilhando o ecrã com Frank Sinatra e Cary Grant, que se apaixonou perdidamente por ela, facto confirmado com o lançamento de um livro de memórias em 2015, «Ontem, Hoje e Amanhã – Minha Vida» (tradução livre), título que alude a um dos seus filmes mais importantes, uma antologia realizada por De Sica em 1963 na qual interpretava três papéis diferentes.
Seguiram-se outros filmes, de qualidade variável, mas foi quando deixou cair a capa de beleza e glamour, com “Duas Mulheres” (1961), que foi levada a sério: ganhou o Óscar de Melhor Actriz, a primeira vez que isso aconteceu com um filme não falado em inglês.

Sophia Loren

Sophia Loren

Sophia Loren

Peter Finch-Sophia Loren ”La venus de la ira” (Judith) 1966, de Daniel Mann.

Sophia at the Venice Film Festival in 1955
É um dos seus filmes preferidos, juntamente com “Um Dia Inesquecível” (1977), de Ettore Scola: em ambos incarnava a mulher do povo, nua e crua, ecoando a sua infância napolitana.
Antes de optar por dedicar mais tempo à família a partir de meados dos anos 1970, continuou a mostrar o seu talento tanto para drama como comédia em grandes produções americanas e filmes europeus, como “El Cid – O Campeador” (1961), “Boccacio 70” (1962), “Boccacio 70 (1962), “Ontem, Hoje e Amanhã” (1963), “A Queda do Império Romano” (1964), “Matrimónio à Italiana” (1964), “Lady L” (1965), “Arabesco” (1966), “A Condessa de Hong Kong” (1967), “O Último Adeus” (1970) e “O Homem de La Mancha” (1972).

Sophia Loren & her sister Maria Villani Scicolone

Sophia Loren advertising Marinated Eel … 1954

Sophia Loren and Kim Novak

Sophia Loren c. 1967

Sophia Loren e Marlon Brando
Mantendo fora dos ecrãs a aura de glamour que se associa às grandes estrelas, Sophia Loren manifestou-se contra a cultura da “selfie” na homenagem em Lyon.
“No meu tempo, o mérito e perícia de uma actriz baseavam-se no seu talento. Agora, quando as pessoas me encontram, tiram o telemóvel para tirar fotografias. Não sei muito sobre redes sociais, mas parece isso é o que faz as pessoas mais famosas. Na minha era de Hollywood era muito melhor. Era-se conhecido pelas suas capacidades e perícia. Tive muita sorte por fazer parte desse tempo”, desabafou em 2015.

Sophia Loren e Marlon Brando

Sophia Loren e Peter Sellers durante The Shooting Of The Millionairess Movie em junho de 1960

Sophia Loren e Romy Schneider fotografate da Edward Quinn

Sophia Loren em Duas Mulheres (1960)

Sophia Loren era toda sorrisos com o actor Peter Sellers
1950 | Eu sou o Capataz | Secretário do Ditador | |
As seis esposas do Barba Azul | Garota sequestrada | ||
Tototarzan | Uma tarzanida | ||
O voto | Um plebeu no festival Piedigrotta | ||
Corações no mar | Extra | Sem créditos | |
1951 | Breve Arrebatamento | Uma garota na pensão | |
Proprietário do Vapor | Bailarina | ||
Milionário de Milão | Extra | Sem créditos | |
O mago relutante | A noiva | ||
Quo Vadis | escrava de Lygia | Sem créditos | |
Era lui… sim! si! ( Foi Ele!… Sim! Sim! ) | Odalisca | Como Sofia Lázaro | |
Ana | Assistente de boate | Sem créditos | |
1952 | E chegou o Accordatore | Amica di Giulietta | |
Eu sonho com Zorro | Conchita | Como Sofia Scicolone | |
La Favorita | Leonora | ||
1953 | O País dos Campanelli | Bombom | |
Encontramo-nos na Galeria | Marisa | ||
Duas noites com Cleópatra | Cleópatra/Nisca | ||
Garotas Marcadas Perigo | Elvira | ||
Domingo do bom povo | Inês | ||
Aida | Aida | ||
Mulher do Mar Vermelho | Bárbara Lama | ||
1954 | Uma fatia de vida | gazera | Segmento: “La macchina fotografica” |
Um dia no tribunal | Ana | ||
A anatomia do amor | A garota | ||
Pobreza e Nobreza | Gema | ||
carrossel napolitano | Sisina | ||
Peregrino do amor | Giulietta / Beppina Delli Colli | ||
O ouro de Nápoles | Sofia | Segmento: “Pizze a Credito” | |
Átila | Honoria | ||
Pena que ela é ruim | Lina Stroppiani | ||
A Garota do Rio | Nives Mongolini | ||
1955 | O Signo de Vênus | Agnese Tirabassi | |
A bela esposa do Miller | Carmela | ||
Escândalo em Sorrento | Dona Sofia | ||
1956 | Sorte de ser mulher | Antonietta Fallari | |
1957 | Menino em um golfinho | Fedra | |
O orgulho e a paixão | Juana | ||
lenda dos perdidos | Dita | ||
1958 | Desejo sob os olmos | Anna Cabot | |
A chave | Stella | ||
A orquídea negra | Rosa Branca | ||
Casa-barco | Cinzia Zaccardi | ||
1959 | Esse tipo de mulher | Kay | |
1960 | Heller de meia-calça rosa | Ângela Rossini | |
Começou em Nápoles | Lúcia Curio | ||
A milionária | Epifania Parerga | ||
Um sopro de escândalo | Princesa Olympia | ||
Duas mulheres | Cesira | ||
1961 | El Cid | Ximena | |
Madame Sans-Gene | Catherine Hubscher | ||
1962 | Boccaccio ’70 | Zoe | Segmento: “La Riffa” |
Os Prisioneiros de Altona | Joana | Filmado em Tirrenia , Itália | |
Cinco milhas à meia-noite | Lisa Macklin | ||
1963 | Ontem, hoje e amanhã | Adelina Sbaratti Anna Molteni/Mara | |
1964 | A Queda do Império Romano | Lucila | |
Casamento em estilo italiano | Filumena Marturano | ||
1965 | Operação Besta | Nora | |
Senhora L | Lady Louise Lendale/Lady L | ||
1966 | Judite | Judite | |
arabesco | Yasmin Azir | ||
1967 | Uma Condessa de Hong Kong | Natasha | |
Mais que um milagre | Isabella Candeloro | ||
1968 | Fantasmas – Estilo Italiano | Maria Lojacono | |
1970 | Girassol | Giovanna | |
A esposa do padre | Valéria Billi | ||
1971 | Senhora Liberdade | Maddalena Ciarrapico | |
1972 | Homem de La Mancha | Aldonza/Dulcinea | |
1973 | O pecado | Hermana Germana | |
1974 | A viagem | Adriana de Mauro | |
Veredito | Teresa Leoni | ||
Breve Encontro | Anna Jesson | Filme de televisão | |
1975 | Sex Pot (la pupa del gangster / Get Rita) | Pupa | |
1976 | A travessia de Cassandra | Jennifer Rispoli Chamberlain | |
1977 | Um dia especial | Antonieta | |
1978 | Feudo de Sangue | Titina Paterno | |
Alvo de latão | Mara/papel de cameo | ||
Ângela | Ângela Kincaid | ||
1979 | Potência de fogo | Adele Tasca | |
1980 | Sophia Loren: sua própria história | Ela mesma/Romilda Villani (sua mãe) | |
1983 | 2019, após a queda de Nova York | Aparência de camafeu | |
1984 | aurora | aurora | Filme de televisão |
1986 | Coragem | Mariana Miraldo | Filme de televisão |
1988 | O Peregrino Afortunado | Lúcia | Minissérie de televisão |
1989 | Fugindo | Cesira | Minissérie de televisão |
1990 | Sábado, Domingo e Segunda | Rosa Priore | Estreia do Festival de Cinema de Chicago |
1994 | Prêt-à-Porter | Isabel de la Fontaine | |
1995 | Velhos mais rabugentos | Maria Sofia Coletta Ragetti | |
1997 | Soleil | Mamã Levy | |
2001 | Francesca e Nunziata | Francesca Montorsi | Minissérie de televisão |
2002 | Entre estranhos | Olivia | |
2004 | Muito romance… é hora de pimentas recheadas | Maria | |
Vida dos Santos | Teresa Inocente | Minissérie de televisão | |
2009 | Nove | Mamãe | |
2010 | Minha casa é cheia de espelhos | Romilda Villani | Minissérie de televisão |
2011 | Carros 2 | Mama Topolino | Voz (versão italiana) |
2014 | La Voce Umana | papel no cinema de uma mulher | Filme curto; Festival de Cinema de Tribeca 2014 |
2016 | Sophia Loren: Ao vivo do TCM Classic Film Festival | Ela própria | Documentário 2015 TCM Classic Film Festival |
2020 | A vida pela frente | Madame Rosa | |
2021 | O que Sophia Loren faria? | Ela própria | Documentário |

Sophia Loren in El Cid (1961)

Sophia Loren in La donna del fiume I The River Girl (Mario Soldati, 1954)

Sophia Loren in Boccaccio 70 (1962)

Sophia Loren is delighted with her Academy Award for her performance in TWO WOMEN in 1962

Sophia Loren on the set of Marriage Italian Style, 1964

Sophia Loren playing a game of pool

Sophia Loren, c.1956

Sophia Loren, Exposed, 1955 – Ph. Ormond Gigli

Sophia Loren, photographed by Gene Cook for Esquire, October 1955

Sophia, early 1960s

Sua primeira estreia na língua inglesa foi The Boy on A Dolphin, de 1957
Imagens e textos (tradução automática), colhidos da internet
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